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A Ilha Fiscal atualmente pertence à Marinha. O acesso é feito por meio da escuna Nogueira Gama, ou ainda por micro-ônibus em caso de mau tempo ou reparos na embarcação. Foi por ônibus que chegamos à Ilha. O tempo estava bom e a embarcação também. “Ela está em outra tarefa aqui na Baía” - fomos informados na bilheteria. O trajeto via ônibus durou exatos dez minutos, passando primeiro pela Ilha das Cobras, para, em seguida, percorrermos um caminho estreito que conecta as duas ilhas – estreito o suficiente para permitir a passagem de apenas um veículo por vez. A ligação construída entre as ilhas é da década de 30.

Acabada a missa, que tal fechar seu roteiro com um passeio repleto de história e belas paisagens? Visite a Ilha Fiscal. O acesso ao local é a partir do Espaço Cultural da Marinha. O trajeto mosteiro – espaço cultural pode ser feito a pé, e leva aproximadamente quinze minutos.

“Nunca tinha vindo aqui, mas sempre via o castelinho passando de barco. Achei bem legal! Tanto a parte histórica como móveis antigos e os vídeos”

Após visitarmos toda a parte histórica, temos tempo para circular e admirar um pouco mais a paisagem. Encontramos Louísa Machado, estudante de Biologia, que decidiu conhecer o lugar que já despertava sua curiosidade há algum tempo:

Fotografia Igor Medeiros

Fotografia Igor Medeiros

Beleza em detalhes
Vitrais
Vitrais
Vitrais

Fotografia Igor Medeiros

Ilha Fiscal

                              Um pouco de história

A Ilha Fiscal é conhecida por ter abrigado o Último Baile do Império, em 9 de novembro de1889. O baile foi uma homenagem do governo brasileiro à marinha do Chile. Mas há quem diga que ele foi uma tentativa de demonstração de solidez por parte do Império, que se via cada vez mais ameaçado pelos ideais republicanos que se espalhavam. Afinal, a corte não era de dar muitos bailes. Seja como for, o evento foi grandioso em todos os aspectos. Aproximadamente 2000 convidados chegaram à ilha de barco. Apesar do sucesso da festa, entretanto, o Império caiu apenas seis dias após o suntuoso baile, quando então foi proclamada a República a 15 de novembro.

Caminho que o ônibus percorre

O passeio é guiado. Sílvia Navarro ficou responsável pelo nosso grupo. Ela nos diz que a ilha tem que ser mais divulgada, e que muitas pessoas sequer sabem chegar ao local. A guia fala ainda um pouco sobre a reação de quem visita pela primeira vez.

Aliás, a paisagem é mesmo um diferencial. A ilha, além de cercada pelas águas da Baía de Guanabara, é privilegiada pela vista do Pão de Açúcar e do Corcovado à sua frente, e pela Serra do Mar logo atrás.

O castelo, obra de Adolpho José Del Vecchio, possui estilo gótico. Demorou cerca de 8 anos para ficar pronto. Um mês após sua inauguração, foi palco do famoso último baile do Império. O prédio foi projetado para servir de posto de fiscalização da alfândega, daí o nome atual da ilha, que antes era conhecida pelos portugueses com Ilha dos Ratos. Por sinal, reza a lenda que os ratos fugiam das cobras da ilha ao lado. No topo do castelo, um majestoso relógio alemão de quatro faces (“Funciona até hoje”, conta a guia Sílvia), e um colossal Brasão Imperial ladeado por dois dragões.

Sílvia nos leva para o segundo andar, onde temos que subir uma espécie de torre (um pouco claustrofóbica) com seus 37 degraus em espiral. Ao longo da subida, belíssimos vitrais coloridos.

O local era uma espécie de escritório para o chefe da alfândega. No chão, pisos confeccionados com quatorze diferentes espécies brasileiras de madeira. Nas paredes, vitrais ingleses coloridos a fogo. O da direita com a figura de Dom Pedro II, e o da esquerda, com a Princesa Isabel. Logo atrás, uma sacada permite perfeita visão para a entrada da Baía de Guanabara.

De volta à parte de baixo, visitamos o espaço de exposições da Marinha. Na ocasião, estava em cartaz a exposição “Amazônia Azul” sobre as pesquisas da Marinha e seu papel de atuação junto à sociedade.

Em seguida, o clímax do passeio: o salão principal onde aconteceu o evento histórico. Na parede, uma reprodução da obra Último Baile, de Francisco Figueiredo. Sílvia nos conta que a obra original se encontra no Museu Histórico Nacional (ali perto, na Praça XV), e que é tão grande que nem caberia na parede onde atualmente se encontra a réplica. A obra faz uma interessante alusão à chegada da República, representada por uma mulher carregando a nova bandeira do Brasil, enquanto acontece a cena da coroação da Princesa Isabel (fato que jamais chegou a ocorrer).

Uma porta de vidro (que se manteve trancada) na lateral esquerda dá acesso a uma elegante sala de jantar. A guia nos diz que a sala é atualmente usada para recepções de gala da Marinha. Enquanto isso, um vídeo com uma personagem vestida com roupas de época - representando uma baronesa convidada para o baile de 1889 - nos dá ricos detalhes a respeito da grandiosidade do evento e nos conta algumas curiosidades. Como por exemplo, o fato de na época já haver luz elétrica e telefone na ilha – ambos um luxo para o final do século XIX.

A beleza de fora do castelo
A beleza de fora do castelo
A beleza de fora do castelo
A beleza de fora do castelo
A beleza de fora do castelo
A beleza de fora do castelo

O relógio da torre marca duas horas. O ônibus, pontual, vem percorrendo lentamente a estreita ponte e logo chega à ilha. Outro grupo desembarca para iniciar o passeio e vai direto tirar fotos do Pão de Açúcar. Enquanto tomamos nosso lugar no ônibus ouvimos a voz de Sílvia amplificada pelo microfone, dizendo ao grupo recém-chegado que eles terão tempo suficiente para as fotos ao final. O ônibus parte e nós também.

© 2016 UFRRJ- Jornalismo Especializado

Jornalismo Especializado

UFRRJ

2016

Orientadora:

Fafate Costa

Equipe

Cecília Damasceno

Fafate Costa

Guilherme Neves

Igor Medeiros

Isabella Dias

Rafaela Arraes

Tayná Bandeiral.

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